PARA QUE SERVE A JUSTIÇA? RESPONDA SE PUDER

Todos os dias a população se pergunta entre si: "Para que serve a justiça, cadê a justiça que mandou soltar o assassino tal, o traficante, o ladrão que toda hora passa na nossa calçada, rindo, zombando das suas vítimas assaltadas na "saidinha do banco"? E o estuprador que violentou e trucidou a criança na porta da escola,e que está livre andando pelas ruas de cara "lisa". E as autoridades, o que estão fazendo para coibir esses abusos? O sequestrador da moça que ia para o trabalho, do médico, que ia tratar de um pai ou uma mãe de família, um idoso, um recém nascido e até o juiz de direito,que trabalha para fazer a lei. "Ele, o sequestrado, está livre de novo.O tribunal acaba de libertá-lo por força de um Habeas-corpus solicitado por seu advogado. Mas até o sequestrador do juiz está solto? Volta a se interrogar. E o magistrado, está hospitalizado ainda? É a mesma pergunta. A resposta sai rápida: "Qual nada. O juiz morreu. Os tiros que levou atingiram o coração e o cérebro. Não teve jeito. Bem que os médicos tentaram, a vítima não resistiu". É o assunto de cada dia, a violência. As punições não atendem às expectativas. O juiz prende, o tribunal solta, o tribunal condena, o supremo libera. É um eterno círculo  vicioso, um beco sem saída em que quanto mais se adentra mais se aprofunda a  escuridão. Cada caso é um caso, cada processo é uma nova história que reune dezenas de advogados, inúmeros juizes, juristas de variadas opiniões que, contudo, não chegam a um denominador. "A justiça tarda, mas não falta. Quando  a justiça determina não se discute, cumpre-se. A justiça determina e a polícia prende", são as frases mais ouvidas nas delegacias, fóruns e setores judiciais. Mas as frases não mostram bem o que dizem e o que são na teoria e  na prática, porque a cada dia a história se repete e a situação se agrava . As cadeias se super lotam, os presídios, abarrotados de presos, desafiam as autoridades que, atordoadas, todo dia apresentam uma fórmula mágica para conter a onda de rebeliões, protestos e a multiplicação de prisões.
Diz o professor e  dicionarista Aurélio Buarque de Holanda, ilustre mestre falecido, em seu pequeno Dicionário da Língua Portuguesa, que "Justiça é a virtude de dar a cada um aquilo que é seu. A faculdade de julgar segundo o direito e melhor consciência. Magistratura. Conjunto de magistrados judiciais e pessoas que servem junto deles. O pessoal dum tribunal. O poder judiciário". Então é assim: poderes executivo, legislativo e judiciário. Se o judiciário é um dos três poderes da nação, logicamente é uma força poderosa, constituída de tribunais, fóruns, ministérios, juizes, promotores, oficiais de justiça, escrivães, advogados, procuradores e um mundo de servidores. O dicionário de Aurélio, o Aurelião, como é mais popularmente chamado, ainda diz: Judiciário - Relativo ao direito processual ou à organização da justiça: judicial. Um dos três poderes detentores da soberania estadual ao qual incumbe distribuir justiça e interpretar a constituição". Com toda essa grande organização, uma verdadeira máquina burocrática  nacional, a justiça poderia muito bem,nos dias atuais, desempenhar um papel que fosse mais bem visto perante a população,mas na verdade não é isso que acontece, ainda mais por se tratar de um regime democrático, aberto, que oferece à autoridade todos os poderes para o exercício da função, com liberdade e cidadania, para proporcionar a autoridade judicial o cumprimento do dever, com todo apoio logístico, técnico-financeiro, político e social. Para poder trabalhar com plenos poderes na distribuição da justiça visando o bem-estar das comunidades dos municípios, estados e nação. Se fosse cumprido conforme o que está escrito seria muito bom, pois as classes sociais  ficariam livres de tantas contradições, tanta desordem, tanta violência que ameaça a estrutura da nação e dos estados e a desintegração da sociedade civilizada. De tal forma que dessa maneira o desonesto, o assassino, o despudorado, o fora da lei de um modo geral, na maioria das vezes tem mais respeito que o cidadão honesto cumpridor dos seus  deveres, pai de família trabalhador. Quando se ver ministros brigando contra ministros, juizes acusados de crime de latrocínio, promotores envolvidos em assaltos a mão armada, advogados comandando gangues de assaltantes e outras barbáries, o que vem à mente do cidadão é a mesma interrogação: "desse jeito, para que justiça? Se ela não nos serve, não nos interessa"! Eu quero que você, leitor, se quiser responda: você concorda  com a justiça que temos ou não? Nesse época a gente lembra logo do famigerado Barrabás, não é mesmo?

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