APOSENTADOS DA CÂMARA DE ARAPIRACA PASSAM FOME SEM REAJUSTE SALARIAL HÁ 12 ANOS

Vivendo um clima de angústia e revolta, os servidores aposentados da Câmara esperam há 12 anos receber reajustes salariais a que têm direito por lei e suas vantagens no plano de Cargos e Carreiras aprovado recentemente pelo Poder Executivo. Desde 2001, quando o legislativo arapiraquense aprovou a criação do Fundo de Participação dos Servidores Públicos - Fundep, que os aposentados não conseguiram qualquer benefício em seus vencimentos, que foram congelados, como também deixaram de perceber seus proventos integrais e vantagens adicionais que foram lhes concedidas por ocasião da aposentadoria.
Homens e mulheres de 65 a 70 anos ou mais, doentes do coração, usando marca-passo para sobreviver, se arrastando, com o peso da idade, imploram na prefeitura para receber suas vantagens salariais, porque seus vencimentos não dão para nada.
Mas nenhuma informação é passada aos interlocutores para sanar suas angústias. No legislativo, seu antigo local de trabalho, a situação é a mesma: nada a confirmar. Os ex-colegas, temendo retaliações, às vezes riem ou mudam de assunto. Fica claro que o assunto não lhes interessa, embora uns poucos cumpram sua missão ao prestar algum esclarecimento da situação de cada um.
O drama desses servidores começou com a instituição do Regime Próprio de Previdência Social do Município - RPPS, que criou o Fundo de Previdência Social do Município, conhecido como Fundep, ao qual os aposentados foram incorporados e levou a prefeitura a assumir o controle da folha de pagamento, com os dois poderes contribuindo para garantir o salário dos inativos. Só que nesses 12 anos, os vencimentos foram se diluindo e perdendo o valor por força da inflação e sem os reajustes devidos.
O ano passado, depois de muitos acertos e desacertos, depois que a Associação dos Servidores da Câmara, ASCAMA, levou o caso ao Ministério Público, foi aprovado um Plano de Cargos e Carreiras que reajustou apenas os salários dos que estão em trabalho. Os inativos foram jogados para escanteio, como se não tivessem que pagar contas, gastar com remédio, roupas e alimentos. Isso levou dezenas de famílias a viver uma situação terrivelmente cruel, sofrendo consequências graves por conta da pobreza e da miséria causada pela insensatez dos que estão no poder.
QUEREMOS JUSTIÇA - Os aposentados do poder legislativo de Arapiraca estão inconformados com o drama que enfrentam, já que muitos jamais pensavam  em passar por situação tão triste como a que suportam agora. Por isso, todos dizem por uma só voz: "queremos justiça. Queremos nossos salários equiparados aos ativos, como manda a lei". A razão deles se fundamenta no fato de, sem que se entenda porque (a razão foi simplesmente política, para promover quem não merece, segundo alguns funcionários não identificados) os funcionários em atividade tiveram reajustados seus salários em  mais de 100%. Quem percebia um salário mínimo, passou a ganhar mais de dois. Um motorista, por exemplo, passou a ganhar de um salário a R$ 1.300 e um digitador , sem formação jornalística, passou a receber de pouco mais de R$ 700, para R$ 2.OOO. "Isso é o cúmulo da loucura", grita um servidor que prefere o anonimato.

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