TEATRAL E CRIATIVA, 'ANNA KARENINA' ESTREIA NOS CINEMAS

Keira Knightley como 'Anna Karenina', na adaptação de Joe Wright
Keira Knightley como 'Anna Karenina', na adaptação de Joe Wright



O amor de perdição de Anna Karenina é um dos maiores monumentos da literatura universal – e também um irresistível desafio para atrizes que sonham em encarnar a trágica heroína e diretores que ousam levar para a tela o romance de Liev Tolstói (1828 – 1910).

A atriz Keira Knightley e o cineasta Joe Wright aventuraram-se outra vez juntos nessa nova transposição literária – e o resultado é um filme belo, passional e teatral. A dupla repete pela terceira vez a parceria em adaptações cinematográficas de romances: Joe Wright dirigiu Keira Knightley antes em Orgulho & Preconceito (2005), de Jane Austen, e Desejo e Reparação (2007), de Ian McEwan. Para ajudá-lo a transformar em filme as mais de 800 páginas de Anna Kariênina – segundo a grafia em português proposta pela recente tradução de Rubens Figueiredo –, o realizador inglês contou com a ajuda do roteirista e dramaturgo Tom Stoppard, oscarizado pelo roteiro de Shakespeare Apaixonado (1998). 

 O filme começa com a ida de Anna Arkadievna Karenina (Keira) a Moscou para acalmar sua cunhada Dolly (Kelly Macdonald), ultrajada pelas infidelidades do marido, o burocrata Oblonsky (Matthew Macfadyen). Ao desembarcar do trem que a trouxe de São Petersburgo para salvar a pele do irmão pândego, Anna conhece o belo Conde Vronsky (Aaron Taylor-Johnson), filho de sua colega de cabine. É amor à primeira vista: casada com o severo e seco ministro Karenin (Jude Law) e mãe de um garoto de oito anos, Anna encanta-se pelo sedutor oficial de olhos de poeta e bigodes elegantes. Aos poucos, os encontros de Anna e Vronsky evoluem do flerte à corte, até que ambos enfim consumam a paixão – começando um relacionamento que logo se torna motivo de escândalo nos salões da aristocracia.

O registro teatral lembra os musicais dirigidos por Baz Luhrmann como Moulin Rouge e pode causar estranheza no começo – logo, porém, o expediente mostra sua eficácia narrativa em Anna Karenina. O desenho de produção e os cenários são deslumbrantes, assim como o figurino de Jacqueline Durran – destacado com o Oscar deste ano.

Se sobra beleza e fogo mas falta carisma para Keira Knightley na pele da protagonista, Jude Law está perfeito no papel do marido traído, criando um Karenin mais humano e compreensível do que o vilão insensível que comumente é apresentado na tela como o antagonista da desafortunada Anna. 

 
Anna Karenina 
De Joe Wright, com Keira Knigthley, Jude Law e Aaron Taylor-Johnson
Drama, Reino Unido, 2012
Duração: 129 minutos
Classificação: 12 anos
 


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