SECA DO FENÔMENO EL NIÑO DESTRUIU 30% DA SAFRA DE FUMO E 90% DE MILHO E FEIJÃO NO AGRESTE ALAGOANO

Chegam a 30% os prejuízos causados aos produtores de fumo e 90% à safra de milho e feijão no semiárido da região agreste de Alagoas pelo fenômeno El Niño, que atinge com violência o clima nas Américas do Sul e Central, devido ao aquecimento das águas do ocano pacífico. O município de Arapiraca e parte da região metropolitana se beneficiam no inverno com as chuvas do litoral, mas no médio sertão do semiárido  regional, a partir de 13 quilômetros distantes já no município de Craíbas, o clima sofre uma virada em mais de 50% na queda de precipitações, nos primeiros 40 dias da estação invernosa, fator que garante uma safra razoável apenas para quem inicia o plantio nas primeiras chuvas. Afora isso, qualquer tentativa de êxito na safra é mera ilusão, conforme os agricultores locais.


Não há uma previsão segura, em termos de volume de produção e finanças, porque as lavouras de milho e feijão cultivadas são suficiente apenas para o consumo da região, enquanto que o fumo representa uma maior parcela dos recursos. Apesar disso, os produtores supõem que no geral as perdas devem beirar os quinhentos mil reais que alcançam a todos os plantadores.
O fumicultor, José Ailton (40 anos, casado), dono de uma pequena propriedade com cerca de quatro hectares de terra ,informou que as plantações de milho e feijão de parte de sua propriedade foram destruídas pela seca,  mas conseguiu recuperar os prejuízos com o fumo,  que produzirá em torno de 80% da área cultivada. Já o produtor agrícola, José Branco,  que nas horas vagas também é político, chegando a se eleger vereador (PMDB), no município de Craíbas, falou que "Quem conseguiu plantar cedo ainda colhe uma parte de milho e feijão, enquanto que as pessoas que atrasaram no plantio perderam suas safras totalmente. O cultivo do fumo sofre perdas de 30%, por causa dos mesmos problemas". Já o agricultor, José Rosendo (38 anos, casado), sofreu prejuízos idênticos no cultivo de fumo e lavouras de consumo básico. Os fumicultores pagam diárias de R$ 50,00 para os trabalhadores no cultivo, colheita e outros serviços da lavoura. José Ailton disse que as previsões de preços para o fumo em corda de primeira classe, são de R$ 10,00 o quilo no fim do ano e inícios de 2016 (janeiro, fevereiro e março). As pessoas que trabalham destalando folhas de fumo para a chamada corda (ou rolo), ganham R$ 0,50 por quilo de folha destalada, como afirmou o agricultor, José Aiton.

Nenhum comentário:

Postar um comentário