CRISE DOS COMBUSTÍVEIS: ARAPIRACA VIVE CLIMA DE FERIADO NO 8º DIA DE GREVE

Postos de Arapiraca, sem combustível, esperam pelo possível abastecimento


Arapiraca, a maior cidade do interior de Alagoas (130 km distante de Maceió) vive uma segunda-feira (28) em clima de feriado, com os postos de gasolina vazios, escolas do município, postos de saúde fechados e coleta de lixo precária no oitavo dia de greve dos caminhoneiros. Com as rodovias BR-316, BR 101 e AL-220, que dão acesso ao município, interditadas pelos manifestantes, o abastecimento dos postos é feito parcialmente em quantidade insuficiente para atender a demanda de consumo, o que torna a gasolina um produto precioso que nem ouro, segundo alguns revendedores. A reportagem do nosso blog João Rocha - Umas & Outras, esteve na manhã de hoje em quase todos os postos da cidade e em nenhum encontrou gasolina. O posto do Mazarope (Rua Expedicionário Brasileiro) foi o único que tinha um resto de diesel a R$ 4,00 o litro. O posto da Rua São Francisco, próximo ao Hospital Regional, foi abastecido com cinco mil litros de manhã cedo e antes do meio dia não tinha uma gota. Outros dez postos da zona urbana não tinham previsão de quando seriam reabastecidos. Os motoristas e motoqueiros estão conseguindo abastecer no distrito de Folha Miúda, em Craíbas, (distante 18 Km de Arapiraca), em Feira Grande, Lagoa da Canoa, bairro Olho D'água dos Cazuzinhos e bairro Canaã, distante 7 km da cidade. Os donos de motos acham que é possível que nesses locais já não haja mais combustível após o meio-dia. O Posto Júnior (bairro Eldorado) não tem abastecimento há 7 dias, segundo o funcionário e está com um caminhão tanque preso na saída de Maceió desde a manhã desta segunda e não sabe quando receberá a gasolina da Petrobras. Os postos Avenida e Mazarope foram reabastecidos antes do meio-dia e enfrentaram filas quilométricas que, em poucas horas, deixaram os tanques vazios.
Movimento normal no Mercado Municipal




Os problemas dos postos não prejudicaram o mercado público nem a feira livre, que tiveram alimentos à venda a preços de rotina sem qualquer acréscimo. Exemplos são a batatinha, que é vendida a R$ 15,00 ou R$ 20,00 nas capitais, aqui sai por R$ 4,00 o quilo e o tomate, que é mais de R$ 10,00, aqui fica por R$ 4,00, alface a R$ 1,00 e R$2,00 o pé, feijão de corda verde a R$ 3,00. Também não faltam carne, peixe e seus derivados.

Alguns postos de saúde do município não funcionaram e as escolas da rede pública liberaram alunos e professores por determinação do prefeito Rogério Teófilo em razão da falta de gasolina. A coleta de lixo deixou os entulhos acumulados em vários locais de Arapiraca. A chuva também complicou o serviço de limpeza pública.
A situação de instabilidade é muito delicada em Arapiraca, pela falta de gasolina para abastecer a frota de veículos do município, e vem causando problemas nos hospitais e outros setores. O transporte coletivo de ônibus e vans está inoperante. Durante o dia de hoje (28) apenas um ônibus da Real Arapiraca e uma van foram vistos na linha Centro-Planalto, Cohab Velha, UFAL, Nilo Coelho, quando normalmente essa linha dispõe de 10 a 12 veículos, entre vans e ônibus. A rede municipal de educação vai ficar praticamente a semana inteira sem funcionar, segundo fontes ligadas à administração local, em razão das dificuldades no abastecimento. Uma carreata que foi organizada em Arapiraca, por pessoas do ramo de combustíveis, no fim da semana, para abastecer o município com gasolina e diesel, por meio de uma frota de veículos, não conseguiu romper o bloqueio nas estradas que dão acesso à capital do agreste e diminuiu as esperanças de resolver o desabastecimento do município a menor prazo.

Lixo acumulado próximo ao Estádio Municipal de Arapiraca

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