O Cine Encontro lotou o auditório do
Armazém da Utopia, com um público ávido para saber como um clássico da
literatura brasileira dos anos 1970 virou um filme delicado e divertido
como Meu pé de laranja lima. O mediador, o jornalista Luiz Carlos Merten, crítico de cinema do jornal O Estado de S. Paulo,
iniciou a conversa questionando o longo caminho percorrido por este
projeto, que levou cerca de 10 anos, curiosamente a mesma idade que o
protagonista, o ator-mirim João Guilherme Ávila, presente na mesa, tem
hoje.
O diretor Marcos Bernstein ressaltou os
pontos positivos desse longo processo. “A gente foi descobrindo o filme
que a gente queria fazer e fez”, afirmou ele. A produtora Katia Machado
contou um pouco dessa trajetória, expondo as dificuldades da captação no
Brasil, que obrigaram a equipe a redimensionar o projeto, de forma a
reduzir o orçamento, jornada que acabou instigando novas soluções
criativas para a história. O diretor sublinhou o uso de efeitos visuais
pré-digitais nesse contexto.
Melanie Dimantas, que escreveu o filme
ao lado de Bernstein, expôs sua profunda ligação emocional com o livro
de José Mauro de Vasconcelos, fato que a motivou a se envolver com o
projeto. João Guilherme Ávila, ator principal do filme, demonstrou
carisma e desenvoltura ao relatar suas dificuldades com algumas cenas
específicas – em especial as de choro.
Jean Thomas, distribuidor, elogiou as qualidades da obra, que ele
acredita conseguir unir grande potencial de mercado e delicadeza, e
anunciou o lançamento oficial para a Páscoa de 2013. O evento terminou
com um divertido sorteio de exemplares do livro que deu origem ao filme,
um best seller dos anos 1970, que virou clássico.
Meu Pé de Laranja Lima: direção
Marcos Bernstein, com João Guilherme Ávila, José de Abreu, Caco Ciocler,
Eduardo Dascar, Fernanda Vianna. Zezé tem quase oito anos e vive com
sua família pobre no interior. Ele é sensível, ele é precoce, ele é um
contador de histórias: ele é um problema! Seu esporte favorito é
transformar sua casa e a vizinhança em cenário para suas traquinagens. E
elas não são poucas. Seu refúgio preferido é um pé de laranja lima. É
com ele que desabafa as coisas ruins que lhe acontecem, que comemora uma
boa novidade ou com quem divide suas travessuras secretas. Uma história
de amor e amizade tão tocante quanto o mais improvável dos encontros.
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