Mercado de carros usados à espera de novidades |
Trocar carro novo pelo velho, jamais! Hoje o mundo é do novo! É a crise
profunda que atinge o mercado de veículo usado, seja de que marca for.
Somente os "sem dinheiro" ainda miram o chamado "carro velho", porque é
muito dispendioso, carro para os de grana curta e diante do excesso de
burocracia pode até levar à loucura qualquer um que se aventure a entrar
na cabine de um caminhão ou automóvel que tenha sido possuído por alguém por pelo menos um ano. O carro usado pode chegar à mão do novo dono com documento falsificado, placa adulterada, multas no Detran e Denatran (Departamento Nacional do Trânsito), chassi adulterado, peças falsas com nome de pessoa que tenha falecido e negociado por algum trambiqueiro, placa atrasada e inúmeros problemas que tem tudo para infernizar a vida do novo proprietário, arrancando-lhe do bolso os últimos míseros centavos disponibilizados para a manutenção do "calhambeque".
Quem quer sofrer com pouco dinheiro para comprar um usado, já entra na loja sendo discriminado. De mão no bolso, aflito, com o coração batendo, o futuro negociante de veículo já sabe que tem pela frente uma "parada nada mole" para encarar. Primeiro ele calcula mentalmente se o dinheiro dá para pagar a entrada, que pode ser em torno de 3O% , mas depende do acordo com o lojista,
para definir o valor do pagamento inicial. Depois, o pretenso comprador
deverá passar por uma fase que o deixará de nervo à flor da pele, de cabelo em pé. E vai logo conjeturando: "Meu Deus, será que eu vou perder os meus trocados, na compra dessa coisa
velha?". Pelo sim e pelo não, para perder ou ganhar, ele terá de ir em
frente. Afinal, precisa do veículo urgente para trabalhar!
Aí, se
chegar a um denominador com o dono a loja, o provável comprador vai
escolher o veículo, saber o ano de fabricação, examinar a máquina,
testar freio, caixa de marcha, economia de combustível, direção,
verificar documentação, emplacamento, saber do Detran se há mutas atrasadas, calcular o valor e quantidade de prestações, procurar um mecânico para examinar o
motor e dar o parecer. O passo seguinte é com a financeira, que vai
exigir dele: CPF, carteira de identidade, comprovante de rendimento, comprovante de residência. As prestações serão estabelecidas para 36 a 48 meses. O total de cada parcela é de 25% do valor do rendimento do futuro dono do carro. Após adquirir o automóvel ou caminhão, o comprador é obrigado a manter em dia as prestações. Se não puder pagar, a financeira recolhe (toma) o
veículo e enviar o nome do responsável pela compra para a Serasa ou SPC
(Serviço de Proteção ao Crédito). O ex-dono perde o carro e terá de
pagar até a última parcela, a menos que consiga transferi-lo para outra
pessoa a preço amigo. Faça suas contas e veja se o seu é o mundo do novo ou do velho, caro leitor. Não esqueça que "a vida é dura para quem é mole".
O empresário Adelson Costa França queixa-se do atual cenário dos usados no país |
MERCADO
DIFÍCIL - O empresário Adelson Costa França (58 anos), com 36 anos no ramo de carros usados, em entrevista prestada a este blog, informou
que o mercado de usados vive uma crise sem precedentes e está defasado
desde o tempo do ex-presidente Fernando Henrique. Ele diz que não é
difícil negociar carros. "Não tem novidade. Basta a pessoa fazer seus
cálculos, saber se o seu dinheiro é suficiente para negociar o veículo e
encarar". Segundo ele, para sobreviver no ramo, o comerciante tem que fazer trocas, se virar, porque as dificuldades são grandes para os donos de agências.
Ele afirma que "a culpa é do governo que promove os lojistas dos carros novos e desprestigia o vendedor do carro velho. Não há previsão
de melhora. A população está sem dinheiro para negociar carros. "Apesar
das dificuldades, ainda conseguimos vender algumas poucas unidades por
mês, sabendo que as chances de lucro são poucas", observa Adelson Costa.
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