O Brasil vai precisar criar 16.622 turmas de pré-escola e dos dois primeiros anos do
ensino fundamental se um projeto recém-aprovado pelo Senado passar pela Câmara
e for sancionado pela presidente Dilma Rousseff. É que o prevê o texto que
coloca um limite de 25 alunos por sala nessas
séries iniciais da escolarização, responsáveis pela alfabetização da criança.
A mudança, elogiada
pedagogicamente, implica uma série de adaptações que demandam investimento
financeiro e planejamento rigoroso das redes de ensino, do espaço físico à
capacitação de docentes.
Atualmente, a média de alunos matriculados nessas séries em todo
o País é de 29 alunos, considerando instituições públicas e privadas. Essa
diminuição aos 25 estudantes
propostos parece pouco se vista isoladamente, mas teria grande impacto na
adequação à lei, principalmente nas grandes cidades.
Só em São Paulo, por exemplo, seriam necessárias 3.053
turmas para abrigar os 76.333 alunos excedentes. A capital paulista está no
topo da lista das capitais com menos turmas que já estariam adequadas ao
projeto: metade das salas da rede funciona com mais de 25 alunos nos anos
iniciais do fundamental.
Especialista
em gestão educacional da Fundação Itaú Social, Patrícia Mota Guedes afirma que
já há pesquisas que mostram que a redução do número de estudantes por turma tem
impacto positivo, principalmente nas séries iniciais. Mas, segundo ela, os bons
resultados dependem também de outras variáveis, como a oferta e a qualificação
dos professores, as condições socioeconômicas da região e o tamanho da escola.
A
especialista sugere, portanto, que as redes estaduais e municipais tenham
liberdade para atingir os parâmetros internacionais de qualidade. Para ela, uma
saída para os grandes municípios é trabalhar na proporção de adultos para
crianças. "Uma sala com 30 alunos e dois professores é melhor do que uma
turma com 20 crianças e só um docente", afirma.
Fonte: Universia Brasil
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