REPÓRTER SEM FRONTEIRAS INVESTIGA AMEAÇAS NO JORNALISMO BRASILEIRO

 "O Brasil tem um longo caminho a percorrer para consolidar uma imprensa livre". É a opinião do jornalista francês Benoit Hervieu, chefe do escritório para a América da organização Repórter Sem Fronteiras (RSF), que prepara um relatório sobre os limites do exercício da profissão no país. De acordo com Hervieu, "este país tem episódios de censura judicial a reportagens, assassinatos de jornalistas no exercício da profissão e a Lei de Acesso às Informações ainda não está em funcionamento pleno. 

No Brasil não há polarização política entre imprensa e governos, como se vê em países como Venezuela e Argentina", disse Hervieu em São Paulo. "Porém, o RSF registra que este ano de 2012 houve seis casos de jornalistas mortos, sendo que em pelo menos três deles há fortes indícios de que os crimes tenham ligação com o seu trabalho", afirma Benoit.
Segundo o francês, "A RSF se preocupa especialmente com os casos de assassinatos dos jornalistas Mário Randolfo Marques Lopes, no Rio de Janeiro, dia 9 de fevereiro e de Paulo Roberto Cardoso Rodrigues, editor-chefe do "Jornal da Praça", em Ponta Porã, morto a tiros três dias depois, no Mato Grosso do Sul, além da morte do jornalista e blogueiro Décio Sá, em abril, no Maranhão".

Para o diretor do RSF, que esteve no Rio e Brasília, para preparar o relatório, "casos de censura judicial, como do "O Estado", impedido de publicar reportagens sobre a Operação Faktor (ex-Boi Barrica) - no Maranhão, que investigou o empresário Fernando Sarney e as dificuldades de acesso às informações em órgãos públicos compõem ambiente negativo para o jornalismo", disse.
Acrescentou que "O Brasil vive um longo silêncio sobre fatos ocorridos na ditadura militar e falta transparência sobre a onda de violência em São Paulo".

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