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Todos estes adjetivos movimentaram as redes sociais, dividindo
opiniões. Viviane Mondrzak, presidente da Sociedade Psicanalítica de
Porto Alegre, é contrária ao hábito popular de atribuir quase todos os
problemas dos jovens à internet e às novas tecnologias. Para ela, este
comportamento “eu futebol clube” tem muito mais a ver com a estrutura
familiar e com as bases formadas ao longo da vida, de limite e de
orientação, do que com a proximidade com a web.
– Nossa cultura ocidental tende a reforçar posições narcisistas,
porque valoriza a rapidez, aparências, autossuficiência. É a cultura do
pode tudo, tu vais conseguir tudo – diz Viviane.
Ao contrário do que dizem as fontes consultadass na publicação
americana, Viviane não considera que os jovens estejam mais preguiçosos.
Ela prefere falar em intolerância à frustração:
– Temos jovens despreparados para enfrentar as frustações do mundo real.
Paulo Berél Sukiennik, médico psiquiatra e psicanalista, lembra que
Freud cunhou o termo narcisismo para designar algo necessário, em certa
dose, para o desenvolvimento do ser humano. É preocupante, entretanto,
quando se torna patológico – ligado ao egocentrismo. O médico reforça
que, neste sentido, são os adultos o foco de preocupação.
– A sociedade adulta está vivendo momentos infantis. Você vê isto no
trânsito, nas relações de trabalho, onde há importância para o seu
próprio umbigo em detrimento de respeitar o outro. O adolescente está
copiando este modelo – diz o psiquiatra.
E é na arrogância que Sukiennik busca explicações:
– O adolescente que se acha, pensa que não precisa aprender com os mais velhos ou ler porque ele sabe tudo.
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