DESPERDÍCIO EM EMBAIXADAS BRASILEIRAS NO CARIBE

 Embaixada do Brasil
 Embaixada do Brasil na ilha de São Cristóvão


Localizadas em um cenário cinematográfico, as embaixadas do Brasil em cinco ilhas caribenhas – Barbados, Trinidad e Tobago, Granada, Santa Lúcia, São Cristóvão e Névis – têm características muito semelhantes, mas talvez a que mais chame a atenção seja a ociosidade, que custa aos cofres brasileiros cerca de R$ 9,15 milhões anuais.
A quantidade de visitantes brasileiros não é registrada porque não é necessário visto, mas as próprias embaixadas informam que o número é irrelevante. Os turistas, normalmente integrantes de cruzeiros que viajam por toda a região do Caribe, nem chegam a desembarcar nessas ilhas. Também não existe demanda relacionada aos brasileiros que residem lá – cerca de 160 apenas. A maioria trabalha nessas localidades ou se casou com nativos. Assim, a procura por certidões, passaportes e outros documentos, que é a função primordial de uma embaixada, é quase inexistente.
Entretanto, os embaixadores justificam a existência das representações pela necessidade de aproximação entre o Brasil e os países do Caribe, o que confirma a intenção do governo petista de estabelecer uma hegemonia nas Américas do Sul e Central em parceria com outros países, como Cuba e Venezuela, reforçando assim a chamada política bolivariana, que pretende criar um bloco de gestões de esquerda no eixo Sul-Sul em oposição às relações com o hemisfério Norte. Os discursos dos embaixadores são muito parecidos e apontam para “a importância de o Brasil se colocar como uma alternativa para as ilhas do Caribe”, que, até o momento, têm como referência os Estados Unidos e os países europeus colonizadores – Inglaterra e França.  
Além de desnecessária, a manutenção dessas representações diplomáticas são caras. Somente o salário médio de um embaixador que presta serviço no exterior é de R$ 37 mil, considerando a soma dos vencimentos e das verbas indenizatórias. Eles ganham mais do que o teto em vigor no país, que é de R$ 28.059,29. Além dos altos salários, os embaixadores ainda têm direito a moradia, carro e empregados domésticos custeados pelos orçamentos de suas embaixadas. No caso do Caribe, o orçamento anual das embaixadas vai de US$ 300 mil a US$ 480 mil – os valores não incluem a remuneração de embaixador e de outros diplomatas, que é paga por meio do orçamento do Ministério das Relações Exteriores.




O Tempo

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