À SOMBRA DAS BARBAS DE FIDEL


Durante quarenta dias eu sondei, ouvi, entrevistei, li e comentei com diversas pessoas de muitas áreas de trabalho, ao vivo, na mídia e via satélite em todas as horas, tentando descobrir o que se passa na cabeça da cúpula do governo Dilma Rousseff, em decorrência das últimas decisões oficializadas no país. Penso que não só eu, mas inúmeros brasileiros, não param de especular, mexer e remexer, sondando por diversos caminhos legais, filosóficos, profissionais e científicos os motivos que levaram os responsáveis pela administração federal optar pela adoção de projetos tão confusos, repletos de tantas incertezas. A começar pelo programa de contratação dos médicos estrangeiros, agora os brasileiros questionam o governo sobre a validade do trabalho desses. profissionais que chegam já festejando e tentando angariar a simpatia das autoridades. Nunca, em tempo algum, se viu a execução de um projeto de tanta cumplicidade, no país, como esse de contratar servidores de saúde ou de outra área como se faz hoje, embora batendo de frente com o posicionamento de um público que não para de protestar. O governo não ouve o povo. O desgoverno manda mais do que quem está no poder. A população sofrida, que contribuiu a vida toda com o regime, procura se amparar no governo, mas as forças contrárias se lançam boicotando a reivindicação popular, largando o pobre ao relento e abandonando-o na sua vida de espinhos, como bode desmamado na caatinga do escaldante sertão do semiárido.
Já se põe em dúvida a questão da democracia no Brasil, em que as pessoas de todos os níveis chegam a temer os perigos de o país vir a se tornar um satélite do regime cubano, o que é inadmissível, mas não deixa de ser considerado em alguns momentos. Contra ou a favor, negando ou concordando com a iniciativa governamental, a massa popular vem mostrando sua indignação, ao longo do tempo, diante das ações do poder público que agradam mais ao desgoverno que ao próprio governo central. Lembramos dos últimos protestos nos quais os ativistas mostraram ao mundo a raiz dos problemas brasileiros e o nascer de um paradigma em que os elementos ativos da vida nacional evocam outra realidade que se contrapõe ao poder superior.
                           
                     PROPOSTA BRASILEIRA

Os médicos brasileiros se posicionaram frontalmente contrários aos contratos dos profissionais estrangeiros, que já estão em nosso país, na sua primeira etapa. Os motivos que levam os servidores da área médica protestar contra as pretensões do governo se prendem a inúmeros fatores a começar pela falência da saúde pública, baixos níveis salariais do pessoal, ausência da autoridade pública no apoio à categoria, falta de infraestrutura na rede de saúde pública, falta de equipamentos, remédios, materiais indispensáveis para atendimento (gaze, esparadrapo, ambulâncias, imóveis adequados, injeções, produtos para atendimento de urgência, recursos suficientes para manutenção dos hospitais e postos, além de outras necessidades).
Ante o exposto, os médicos do Brasil, em quase toda a sua totalidade, discordam dos planos do Ministério da Saúde para contratar gente do exterior, especialmente em relação aos cubanos porque: "os cubanos não têm reconhecimento de seus diplomas no Brasil, não se tem certeza de que são médicos, eles trabalham em regime de escravidão para beneficiar o governo de Raul Castro, o que é contra a legislação. O governo contrata os profissionais através da Organização Panamericana de Saúde (OPAS), para quem faz os pagamentos de R$ 10 mil para cada médico, o que não é permitido, porque fica caracterizado que trabalham como prestadores de serviço à ditadura. O governo cubano recebe os salários pela OPAS e envia para cada médico cerca de R$ 4 mil, de acordo com os médicos nacionais.
Os conselhos de medicina de vários estados entraram na justiça para impedir o trabalho dos representantes estrangeiros. O Conselho Federal e Associação Médica Brasileira, juntamente com outras entidades, também estão na batalha para derrubar a iniciativa do Ministério da Saúde.
A classe médica nacional está engajada numa luta sem trégua contra o governo e a proposta que faz, até o momento, é que se contratem estrangeiros que preencham as condições legais, que exijam deles concurso público, como se faz com os locais e que possam trabalhar de conformidade com a lei.

                      CONTRADIÇÃO

A contradição entre os médicos cubanos deixa a classe em situação mais difícil. Ao chegarem tremulando bandeiras de Cuba e do Brasil, no Rio de Janeiro, ontem (24) eles disseram que não temem ameaças e trabalham por amor. "O dinheiro para nós não significa nada. Trabalhamos como prestadores de serviço sem pensar em dinheiro", afirmam todos numa só voz.
A médica ginecologista, Célia Bonfim, que trabalha em Brasilia, concedeu ontem (24) entrevista a mídia imprensa e confirmou que os médicos cubanos trabalham sob regime de escravidão para o governo com salários irrisórios e são obrigados a seguir um rígido calendário de atividade. Seus salários são em média, R$ 3.500, segundo a médica brasileira.
A cubana Ivone Sanchez, que trabalha num posto de saúde em um curral de gado na zona rural de Cordeirópolis/SP, falou que trabalha no Brasil desde 1997 e ganha R$ 12 mil/mês, mas a única dificuldade que encontrou ao chegar foi a língua portuguesa. "Venci o problema depois de trabalhar duro" disse ela, ao concluir que veio para a implantação do programa de saúde família em São Paulo e que até hoje está bem.  Já o médico Rodolfo Garcia, ao desembarcar no Brasil, revelou que "Viemos trabalhar para prestar serviço ao povo do Brasil só por amor. Não pensamos em dinheiro em nosso trabalho. Dinheiro não faz parte do nosso serviço", explicou.
O Ministério da Saúde informou ainda ontem (sábado, 24), que a vinda dos médicos para o Brasil está embasada em meios legais. "Nada vai prejudicar a vinda dos médicos porque o governo tem meios legais para provar que não existe algo que possa impedir o trabalho dos contratados em nosso país". Diante da proposta do governo federal, os brasileiros vão ser atendidos, obedecendo ordens dos cubanos à sombra da barba do ditador Fidel Castro, que é quem manda na condução e manutenção da ilha de Cuba e de sua gente.






Nenhum comentário:

Postar um comentário