Foto: Fernando Frazão/ABr |
Pelo menos 83
jornalistas brasileiros foram agredidos desde junho, quando teve início a
onda de protestos no país, segundo levantamento da Associação
Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). Quase 80% dos casos, ou
65 agressões, foram resultado da ação de policiais militares. Para
organizações de direitos humanos e entidades de classe, apesar de as
manifestações terem elevado os números deste ano, a violência contra
profissionais de comunicação tem crescido nos últimos anos.
O presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Celso
Schröder, cita alguns fatores que explicam essa curva ascendente de
violência contra jornalistas, entre eles a impunidade. “(As agressões)
ocorrem principalmente na cobertura de política, há um senso comum de
que é permitido fazer. É na imprensa que se dá o confronto direto entre
os interesses privados, que sejam ilegais, com o interesse público, e
isso produz reações”, declarou em seminário internacional sobre
violência contra jornalistas e o cerceamento do direito da sociedade à
informação.
Um dos casos mais recentes ocorreu nas manifestações do Dia do
Professor, 15 de outubro, com o repórter fotográfico Yan Boechat.
Segundo o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (SJSP), Boechat foi
espancado por um grupo de policiais militares que tentava impedir que
ele registrasse imagens da agressão a um manifestante.
As entidades sindicais defendem a adoção de políticas públicas para
combater esse aumento das agressões, como a formação de um observatório
nacional que monitore as denúncias. “É uma questão que tem nos
preocupado. Desde o ano passado, um grupo de trabalho da Secretaria
Nacional de Direitos Humanos, com organizações da sociedade civil,
discute medidas como a federalização desses crimes”, disse Bruno Renato
Teixeira, ouvidor da Secretaria Nacional de Direitos Humanos. Ele
informou que a criação do observatório deve ser anunciada ainda este
ano.
Fonte: O Tempo
Fonte: O Tempo
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