PANE EM ADUTORA CAUSA REVOLTA E DÁ PREJUIZOS DE R$ 2 MILHÕES

Caixa d'água seca em muitas residências
Uma pane ocorrida há cerca de 13 dias na adutora que abastece dez municípios do agreste de Alagoas e afetou cerca de 352 mil habitantes (dados do IBGE), provocou momentos de ira, além de prejuízos superiores a R$ 2 milhões à rede hoteleira, bares e restaurantes dos municípios. A falta de água levou o povo ao desespero, especialmente as famílias de baixa renda que não podem comprar água para uso das necessidades domésticas. Muitas famílias que possuem cacimbas (poços com até 32 metros de profundidade) fizeram uso da água para lavagem de roupa e banho, comprando mineral para beber. Já quem não tem outra alternativa foi obrigado a adquirir garrafões do produto a R$ 5,50 e pagar até R$ 110,00 por 100 litros transportados por carros pipa. Á água de carro pipa vendida nas cidade e zona rural é de procedência ignorada, com risco para a saúde dos consumidores.
A Companhia de Abastecimento - CAB, um braço da antiga Companhia de Abastecimento de Água de Esgoto de Alagoas - CASAL, sediada em Arapiraca, informou às pessoas que telefonaram ao seu escritório, várias vezes por dia, que houve uma pane no sistema da adutora, que atingiu as bombas e ocasionou a paralisação no abastecimento para os dez municípios que integram todo o sistema da rede. Segundo funcionários da empresa, que pediram anonimato, o trabalho da recuperação das máquinas foi mais demorado porque os técnicos optaram por substituir as peças danificadas e trocar equipamentos novos por outros já muito usados e que poderiam vir a se danificar a curto prazo.
Em alguns logradouros do centro e bairros mais baixos a água começou a pingar nas torneiras cerca de dez dias após a paralisação, mas nos chamados bairros altos, como o Eldorado, somente após 16 dias, ao fim da tarde, é que se começou a receber as primeiras gotas, bem lentamente, chegando e sumindo.
O prejuízo deixou donos de bares, hotéis e restaurantes bastante preocupados em razão das grandes dificuldades que vão ter para sanar e devido também a outros fatores prejudiciais às suas atividades.
                              
CONSUMO DE ÁGUA MINERAL SUBIU 79%


Durante a crise da falta de água, as donas de casa foram as maiores sofredoras. Foram elas que correram para economizar as últimas reservas e trabalhar para diminuir a fedentina dos banheiros, que tomaram as residências de canto a canto.por causa de material insuficiente para garantir a lavagem dos sanitários. Houve uma verdadeira invasão de público nos locais de vendas de mineral. Alguns comerciantes chegam a admitir que as vendas subiram 79% em relação ao período anterior à quebra da adutora. José Manoel da Silva (54), que negocia no centro da cidade, afirmou que "o defeito da adutora foi ruim para a população, mas bom para o comércio do ramo, pois a pane forçou os consumidores a procurar o produto com maior intensidade".
Enquanto outros bairros e localidades situadas em áreas baixas receberam água primeiro, houve locais em que o atraso irritou mais os pais e mães de família, porque a empresa passou a sonegar informações, deixando os usuários desnorteados na incerteza da normalização do fornecimento.
No tocante aos prejuízos dos bares, hotéis e restaurante, no geral, alguns donos de estabelecimentos acham que as perdas podem até superar os dois milhões de reais na região, com registro de perdas menores, dependendo da localização e tipo de serviço em funcionamento.
Os municípios atingidos pela pane que cortou a distribuição de água na região foram Arapiraca (227 mil habitantes), Craíbas (24 mil habitantes), Feira Grande (22 mil), Coité do Noia (11 mil), Olho D'água Grande (5 mil), São Brás (7 mil), Girau do Ponciano (40 mil), Campo Grande (9 mil) e Igaci (16 mil habitantes).
























Água falta, mas a cobrança sempre chega antecipada

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