A VIOLÊNCIA SE SOBREPÕE À FORÇA E AO PODER

Violência urbana é uma das ameaças à paz



A violência é um mal que atinge os seres humanos na sua convivência diária. Há violência entre grupos de pessoas pobres ou ricas. Patrões e empregados, religiosos, ateus, materialistas e espiritualistas, políticos, esportistas, agricultores, estudiosos, estudantes, mulheres, homens, adultos e jovens, nas favelas, cidades, sítios, povoados. A violência existiu antes de Jesus Cristo, desde o começo do mundo, sem que nenhum ser que habitou a terra - à exceção do Mestre Jesus, tenha sido capaz de extingui-la totalmente. Para ser mais correto é bom relembrar que o primeiro ato de violência da história ocorreu com um atrito entre os irmãos Caim e Abel, em que o primeiro assassinou, em um momento de loucura, causado por inveja descontrolável, o inocente Abel. Os dois, filhos de Adão, o povoador do planeta, conforme as Escrituras Sagradas, foram personagens responsáveis pelo nascer do maior problema que por toda vida acompanha a humanidade, e pode se classificar como a chaga que supera todas as doenças, acidentes e males que poem em risco a vida humana. Jesus Cristo foi o único homem que aplicou um duro golpe contra a violência, por suas palavras sábias de amor, carinho e grande poder de entendimento com as populações.
Ele chegou a eliminá-la durante o seu período de peregrinação, que durou entre três a quatro anos. Nesse espaço de tempo, em que o Mestre andava por vilas e povoados, cidades e deserto da Judeia, com seus apóstolos, convidando povo à conversão, não houve atos de perturbação, salvo o ataque comandado por Barrabás contra as forças romanas no dia em que Jesus andou no jumento pelas ruas de Jerusalém e que os rebeldes queriam coroar Cristo como rei e nomear Barrabás comandante do exército. O exército romano, que andava às turras com os judeus, combatendo as constantes insurreições orientadas por arruaceiros da ápoca, como Barrabás e outros, experimentou um período de paz até então pouco visto. Por incrível que pareça somente após a morte de Jesus a violência explodiu, envolvendo exércitos contra exércitos, grupos contra grupos, reinados contra reinados.O fenômeno da violência se sobrepõe ao poder e à força.
Com o recrudescer das grandes batalhas militares que deram origem à novas nações e povoamentos na Ásia e Europa, nos primeiros séculos, a violência se intensificou com crueldade tão feroz que provocou matanças e mais matanças executadas por grupos de exércitos e brigadas comandadas por líderes tribais (Maomé,por exemplo), reis e conquistadores que varreram os  continentes com seus soldados, executando a golpes de espadas homens, mulheres,crianças e animais. Mais adiante, com o advento do império romano, que praticamente dominou a maior parte do mundo, os atos de violência se tornaram rotina implacável e fora de controle. Ainda mais porque as pessoas eram mortas aos milhares constantemente por iniciativa dos próprios monarcas e toda a realeza do oriente e ocidente.
A violência se alastrou com mais intensidade ao se incorporar à corrupção, fomentada pela política, ganância por poder e riquezas nas cortes europeias e orientais, que ampliaram suas colônias a partir do século 15, em projetos de conquistas no novo mundo, no qual estavam incorporadas as Américas e a Índia, já que o império romano tinha alcançado a África, com desembarque de suas frotas em Cartago e áreas da vizinhança. No Brasil, desde o descobrimento, os violentos ganharam espaço na política, jogos, crime organizado (Máfia), grupos de extermínio, pirataria, tráfico humano (e de drogas) e negócios fraudulentos.
                            
A FERRO E FOGO

A violência chegou ao Brasil e à América Latina a partir do século 16, com a conquista deste país e nações de língua espanhola, por tropas portuguesas e da Espanha. Os militares europeus utilizaram todos os meios de conquistas na América, fulminando a ferro e fogo os habitantes nativos do imenso continente, com o objetivo de implantar seus governos a qualquer preço, visando explorar as riquezas do continente que se baseavam na madeira e ouro.
Nos dias atuais, a violência e corrupção operam juntas na política, comércio, indústria, grupos financeiros e todos os setores em que haja condição de se adquirir prestígio, riquezas e poder. O mal se manifesta em todos os grupos de pessoas na cidade e zona rural. Cada grupo social convive com sua violência. Ninguém pode se eximir da responsabilidade de combater o problema. Quando a autoridade máxima do município, estado e nação não pode controlar o mal-estar social, cabe aos habitantes a missão de administrar meios no sentido de ser criado todo e qualquer tipo de ação que possa por fim à desordem com mortes, assaltos e perturbação da ordem. Uma das fórmulas mais viáveis encontradas para implantar a paz nas comunidades é a criação da chamada "Vizinhança Solidária", que obteve sucesso em São Paulo, como no bairro Itaim Bibi, por exemplo e outras cidades. A solidariedade da vizinhança substitui a  milícia, que não deu resultado e a própria polícia. Portanto, a violência é um problema de todos, pois seus efeitos aterrorizam as classes sociais em toda as localidades e regiões do país, sem exceção.
A falta de paz, que é a violência, está ligada ao psiquismo e problemas sociais dos seres vivos (homens e animais). A paz, um bem precioso difícil de ser alcançado, depende da vontade de cada um para chegar a esse objetivo. A humanidade perdeu a esperança (fé), se recusa a aceitar a paz duradoura, aderindo à apostasia (negação de crença religiosa) como ponto final. Entendam agora porque Jesus Cristo baseou toda a sua cruzada evangelizadora apelando para a fé: "Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida.” (João 8,12). Ele queria  dizer que se deve acreditar nas suas palavras para conseguirmos a paz, reconciliação, amor e o convívio diário de todos na sociedade. Isso não é difícil de ser realizado. Todos podemos nos esforçar para chegarmos a esse fim. Não importa se as pessoas pertencem ou não a grupos religiosos. Importante é saber que Cristo esteve na Galileia e Judeia falando para o mundo inteiro, mostrando para nós, que a violência não nos torna melhores. Pelo contrário! Foi no célebre "Sermão da Montanha" que Ele deixou bem claro: "Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus." (Mt 5,9). Fiquem atentos!

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