MEMÓRIAS SECRETAS DE GISELLE, A ESPIÃ NUA QUE ABALOU PARIS

Propaganda dos livros de Giselle Montfort em 1982
Esta é uma história épica que se passou no período de ocupação da França, pelos nazistas, na Segunda Guerra Mundial. Trata-se da vida confusa, misteriosa e polêmica de Giselle, uma bailarina dos cabarés de Paris que se tornou heroína ao oferecer o corpo e a vida pela liberdade do seu povo na luta sem trégua que tinha como único objetivo expulsar as tropas alemães. A figura conturbada dessa bailarina é  narrada em dois sentidos, com formas diferentes, no Brasil e exterior. "As Memórias Secretas de Giselle, a Espiã Nua que Abalou Paris", foram transformadas em livro lançado com grande sucesso em 1948, três anos após a guerra. Chegou ao Brasil pelo jornalista italiano Carlo Tancini e caiu nas mãos do jornalista David Nasser, do falecido Diário da Noite, dos Diários Associados do Rio de Janeiro, que publicou o drama de Giselle em 59 capítulos diários. Na França, o assunto foi contestado, porque as autoridades locais acreditavam não ter havido uma guerrilheira  como a que foi descrita. No entanto,conta-se que  foi encontrada nos arquivos da polícia alemã em Paris, anos depois, uma mulher que se identificou com a mesma personagem citada no livro, mas sem se saber nome nem maiores detalhes. O certo é que ela sobreviveu às atrocidades nazistas, de acordo com as informações da época. O jornalista David Nasser refez a história por completo, criou o nome de Giselle Montfor, citando inclusive os nomes dos lugares de Paris, que ele nem conhecia, com  a colaboração do famoso  cineasta francês, Jean Manzon, muito conhecido por todos. Então, Nasser criou uma nova história divulgada como documentário. O drama de Giselle foi publicado em1964 e relançado em 1969 e 1982 pela editora carioca Monterrey  em quatro volumes e vendeu 500 mil exemplares.
O livro lançado no Brasil, diz na sua sinopse: "Tudo pela libertação da França. Durante a Segunda Guerra Mundial, após a ocupação nazista, é organizada a Resistência Francesa. Paulo Zinga, um dos guerrilheiros, convoca sua namorada para ajudar o movimento, mas não empunhando armas e sim oferecendo o seu corpo. Memórias Secretas de Giselle é uma testemunha da ocupação nazista, na França, encontradas nos arquivos militares do governo de ocupação". A vida real da espiã nua foi escrita sem deixar autor, porque três jornalistas que pertenciam à  Resistência francesa escreveram a obra e não assinaram porque foram executados, pela Gestapo, durante uma perseguição nos arredores de Paris aos chamados "Maquis".
Giselle era uma mulher lindíssima e seu corpo escultural atraiu as maiores autoridades da Alemanha na França. Ela enviava suas mensagens informativas sobre o movimento de tropas nazistas através de um sistema de rádio instalado nas cavernas e esgotos de Paris, que dificilmente poderiam ser localizados pela polícia. À noite estava nos cabarés ou de cama em cama com os oficiais alemães. A polícia secreta de Hitler desconfiava das atividades da guerrilheira e prendeu-a muitas vezes. Numa oportunidade, Giselle enviou mensagens para a Resistência dando as últimas noticias dos nazistas e recebeu ordens para no dia seguinte ir ao gabinete do comando da Marinha Alemã em Paris saber como andavam os preparativos de Hitler contra a invasão da Normandia que seria desencadeada pelos aliados em junho (ela estava em março). No outro dia, quando adentrava no prédio do comando naval, três oficiais da temida Gestapo passavam por ali e reconheceram Giselle. Aí a agarraram e passaram a bater nela numa violência selvagem tão grotesca que os guardas da portaria correram para ver o que acontecia e encontraram os três agentes da inteligência naval espancando a guerrilheira. Aí, os guardas informaram  que ela tinha autorização para falar com o comandante da marinha e que eles a libertassem. Antes de se livrarem de Giselle, os policiais  aplicaram um festival de pancadas nela, queimaram-lhe o corpo com pontas de cigarro, chutaram-na e lhe deram uma violenta surra que lhe quebraram um braço e a deixaram sangrando pela boca. Dias depois, ela foi ao gabinete do governo de ocupação e denunciou os agressores. Nada, porém, aconteceu a eles. Ao término da guerra, Giselle sumiu e nunca mais foi vista, mas sabe-se que conseguiu sobreviver.
                            
Fonte: Wikipédia
             
                            

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