CARTA ABERTA DE DOM MAGNUS SOBRE AS ELEIÇÕES 2016

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Dom Magnus Lopes, OFMCap
Dirijo-vos minha palavra de Pai Espiritual neste momento em que nos preparamos para eleger, no próximo dia 02 de outubro, os prefeitos e vereadores que conduzirão os mais de cinco mil municípios brasileiros, para recordar-lhes que, à despeito do cenário de corrupção e instabilidade que o país atravessa, temos o dever cristão e o compromisso cidadão de não menosprezarmos as eleições nem a oportunidade de, nas urnas, exigirmos dos políticos novas posturas.
Ademais, rogo-vos que se dediquem a promover uma participação popular irrepreensível, pautada na ética e no respeito à liberdade de escolha e de expressão do outro. Desta forma, asseguraremos que as eleições sejam destituídas de emocionalismos e, sobretudo, dos interesses partidários e escusos que têm frequentemente marcado o modo de fazer política em nosso país. Adotar valores e dinâmicas comportamentais que redefinam nosso universo político, é um modo eficaz de debelar a corrupção, frear interesses pequenos e grupais que prejudicam o bem comum, o equilíbrio social e econômico, as relações interpessoais e o testemunho que somos chamados a dar à sociedade.
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB afirmou em nota sobre as eleições 2016 divulgada no último dia 13 de abril, durante a coletiva de imprensa na 54ª Assembleia Geral dos Bispos: “Sonhamos e nos comprometemos com um país próspero, democrático, sem corrupção, socialmente igualitário, economicamente justo, ecologicamente sustentável, sem violência discriminação e mentiras; e com oportunidades iguais para todos. Só com participação cidadã de todos os brasileiros e brasileiras é possível a realização desse sonho. Esta participação democrática começa no município onde cada pessoa mora e constrói sua rede de relações. Se quisermos transformar o Brasil, comecemos por transformar os municípios.”
Por fim, exorto-vos amados filhos e filhas, a meditar sobre vossa conduta como eleitores, a fim de que também vós não sucumbais às tentações da corrupção, aliciando candidatos ou negociando vosso voto como se sobre vossos ombros não recaísse também a coparticipação na construção do Reino de Deus. Ouvi as sábias e santas palavras do Santo Padre: “O dinheiro deve servir, e não governar! O Papa ama a todos, ricos e pobres, mas tem a obrigação, em nome de Cristo, de lembrar que os ricos devem ajudar os pobres, respeitá-los e promovê-los. Exorto-vos a uma solidariedade desinteressada e a um regresso da economia e das finanças a uma ética propícia ao ser humano”(Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, 58 – Papa Francisco).
Salgueiro (PE), 12 de setembro de 2016
Dom Magnus Henrique Lopes, OFMCap. (Bispo Diocesano)
http://cnbbne2.org.br

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