O verdadeiro patriotismo não é o amor dos negócios rendosos que no seio da pátria podem dar a riqueza e a independência; não é a interessada gratidão pelas honrarias que dentro dela se podem arranjar; não é também o embevecido êxtase, ingênuo e fútil, diante da beleza de suas paisagens, do esplendor do seu céu, da uberdade do seu solo. É, sim, um amor elevado e austero, que reconhece os defeitos da pátria - não para amaldiçoá-los ou para rir deles, mas para perdoá-los, estudá-los e corrigi-los; é um amor que se enraíza mais no meio moral do que no meio físico e vai procurar a sua seiva nutritiva no âmago longínquo do passado, no sacrossanto húmus das origens da raça, da língua, da história, e no padecimento obscuro, apagado, anônimo das gerações que antes da nossa viveram, suaram e penaram na terra que servimos e adoramos! Este é o patriotismo com que deveis de ora em diante honrar a nossa terra.Olavo Bilac (*1865 +1918)
Poeta parnasiano, "Alma Inquieta, Poesias, Tarde e outras"
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