IRRIGAÇÃO RESPONDE BEM NA PRODUÇÃO AGRÍCOLA DA SECA



Produzir bem em qualidade e quantidade é a resposta positiva da irrigação no ramo  hortifrutigranjeiro do semiárido. Pequenos e médios produtores estão sobrevivendo nas áreas da estiagem com emprego de limitados projetos de irrigação com bons lucros no cultivo de cereais, frutas e hortaliças, além de boas perspectivas futuras na avicultura. Em Alagoas e todo o nordeste, os residentes na área da seca vem "comendo o pão que o diabo amassou" por conta da  falta de chuva que secou os reservatórios e exterminou lavouras que mantinham a sobrevivência dos animais e a tranquilidade da população.

Ante tantas dificuldades, os médios e pequenos investidores da região afetada pela seca usaram a criatividade para vencer as dramáticas peripécias do clima. Daí, partiram para "o tudo ou nada" com o uso da única técnica à disposição deles através da utilização da água do rio São Francisco e poços artesianos.
Em 1970, há 44 anos, nesta mesma época de começo de ano, ou até meses antes,o nordeste passou por uma crise climática idêntica a que atravessamos hoje. Legiões de agricultores famintos, com pais e mães de família puxando os filhos pelos braços, morrendo de fome, invadiram feiras, lojas, supermercados, vendedores de gêneros alimentícios e prefeituras nordestinas à procura de alimentação. As entidades saqueadas sofreram prejuízos vultosos. Somente a intervenção dos prefeitos, governadores e presidente da República impediu o massacre da população faminta.
                                  
EM ARAPIRACA

Em Arapiraca, o então prefeito, advogado João Batista Pereira da Silva, que cumpria um mandato de apenas três anos e passava momentos difíceis, em termos econômicos e financeiros, viveu momentos dramáticos para resolver o drama dos invasores. Somente após seguidos contatos com autoridades estaduais e federais de Brasília, conseguiu doações em recursos e gêneros que finalmente foram suficientes para resolver a crítica situação dos necessitados.
Hoje, graças às novas tecnologias, as vítimas do flagelo da seca conseguem triunfar, diante da fúria da natureza, com criatividade ou uso da técnica. Dessa forma, com recursos mesmo limitados, os agricultores conseguiram, por meio da irrigação, com água do São Francisco e poços artesianos, implantar projetos de produção agrícola e avícolas com grandes resultados. Recursos oficiais também serviram de suporte nos momentos de aflição.


Os produtores rurais de Sergipe, vizinhos de Alagoas, beneficiados pelo rio São Francisco, abastecem Arapiraca e municípios vizinhos com milho verde irrigado. Não são grandes quantidades, mas suficientes para atender ao consumidor local. O produto é bom! Com dois reais o usuário leva cinco espigas de milho para casa. O produtor rural, Eufrásio Silva (43), disse que pode continuar abastecendo Arapiraca com milho verde por alguns meses e quando terminar a safra atual imediatamente começa a colher outra. Além do milho irrigado, produtores de outros    estados    da região e municípios da seca, negociam ainda em Arapiraca produções de mamão, melancia, abacaxi, inhame irrigados com reforço de água de poço profundo, de acordo com o comerciante desses produtos João Barbosa dos Santos (59), o qual garante que com água da irrigação dá para trabalhar com cultivo de inúmeros produtos em seus projetos de Pernambuco e Bahia. Os agricultores não informaram o valor dos investimentos que alcançaram bons resultados ainda na avicultura.



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