SÃO JOÃO EM ARAPIRACA DRIBLOU A CRISE NA FORÇA DO FORRÓ






Foi o São João mais desanimado das últimas décadas em Arapiraca e praticamente em toda a região do agreste de Alagoas. A festa só não foi um colapso total em razão da programação elaborada pela prefeitura para o centro da cidade e periferia, que reuniu os principais artistas da terra para preencherem o calendário junino organizado com antecedência. Em termos econômicos a festa foi atingida pela crise violenta que ronda o país,a começar pela feira do início da semana que homenageia o santo, na qual se registrou uma queda acima de 50% no comércio varejista, de acordo com informações dos comerciantes que atuam na área em várias atividades. Dos produtos com preços mais baixos, aos mais altos, a fraca movimentação foi desanimadora para a categoria. No dia da fogueira, ontem (23),  os produtos mais consumidos foram: milho verde, lenha para a fogueira, fogos de artifício e outros, que tiveram uma movimentação de negócios decepcionante. Nos bailes e quadrilhas de ruas, organizadas pelo público, com apoio da municipalidade, assim como no Clube dos Fumicultores e outras casas de festa, a população compareceu em número satisfatório, mas o movimento nos bares foi limitado. O usuário de bebidas também não correspondeu às expectativas. "Quem gosta de tomar as suas "biritas" e as conhecidas cervejinhas procurou gastar com cautela, maneirando no consumo para evitar botar as mãos nos bolsos com mais frequência e não gastar além do  necessário", explicou o dono de um bar no centro da cidade, Márcio Bonfim. A vontade do povo, com a força do forró, driblou a crise, pelo menos por enquanto. Vamos ver como vai ser em São Pedro.  A venda de fogos caiu mais de 60%, rompendo a tradição.
Foi preciso apelar para a força do forró para que graças ao som caprichado da sanfona a população pudesse participar com entusiasmo dos festejos de ruas, onde as fogueiras esquentaram os ânimos. O metro de lenha para fogueira custa R$ 60,00, desmotivando o seu consumo. O milho verde custou entre R$ 20,00 e R$ 30,00 a mão, com baixa procura. Tanto que o vendedor, José Walinson (24 anos), trouxe 1.700 espigas, de Camadanta, Limoeiro de Anadia e até às 16 horas não tinha negociado 50% do total conduzido. Outro comerciante, José Eugênio Pereira (22 anos), transportou duas cargas de milho de Pindorama, em caminhonetes, com mais de três mil espigas e até às 16,30 horas só vendeu 20% do produto, a preço de R$ 20,00 a mão.
A venda de fogos de artifício foi pior: o faturamento é lamentavelmente inaceitável para os comerciantes do ramo. Um pacote com 10 chuvinhas, por R$ 1,50, caixas de traques de R$ 2,00 e R$ 3,00, para crianças, vendidas nas ruas do bairro Eldorado e mesmo assim muito poucas pessoas se aventuraram a comprar. O vendedor autônomo, Eriberto de Andrade Lima, o "Beto da Pamonha", 50 anos, que há 23 anos negocia seu produto nas ruas, reclamou que uma pamonha custa R$ 3,00 (com cerca de duzentos gramas), garante "a boa qualidade do derivado de milho e apesar disso as compras estão na baixa", lamentou.





Nenhum comentário:

Postar um comentário