A psiquiatra alagoana Nise da Silveira (1905-1999) foi a única mulher, entre 157 alunos, a estudar na Faculdade de Medicina da Bahia na turma que se formou em 1926.
Mudou-se em seguida para o Rio de Janeiro, onde foi denunciada por posse de livros marxistas e presa por um ano e meio durante a Intentona Comunista, em 1936.
Em 1944, começa a trabalhar no Centro Psiquiátrico Nacional Pedro II, no Engenho de Dentro, hoje rebatizado como Instituto Municipal Nise da Silveira, que sedia o Museu de Imagens do Inconsciente e o transformador Hotel e Spa da Loucura, continuação de seu legado. Foi lá que, perseguida, sem apoio nenhum e atacada por todos os lados, muitas vezes desmerecida e ridicularizada por ser mulher, Nise posicionou-se de forma radical contra as técnicas cruéis, desumanas e de tortura aplicadas aos usuários dos serviços de atenção à saúde mental no país, iniciando uma grande revolução na psiquiatria com o uso pioneiro da terapia ocupacional.
Ao perceber a influência positiva da prática artística como via de acesso ao inconsciente, Nise escreve uma carta para Jung apresentando seu trabalho, o que inicia uma longa e estreita troca intelectual entre os dois e, futuramente, propicia o reconhecimento internacional de sua contribuição para a ciência.
Nise e seus colegas da Faculdade de Medicina |
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