TUCANATO ISOLA GOVERNADOR DE GOIÁS NO BANCO DOS RÉUS

O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), deve se explicar novamente na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira. A reconvocação só vai ocorrer após o recesso parlamentar, que se inicia amanhã e só termina em 2 de agosto. Até partidários do governador reconhecem, reservadamente, que a situação de Perillo ficou insustentável depois de reportagem publicada pela revista Época, durante o fim de semana. Uma corrente do PSDB já defende que ele se afaste do partido até que todos os questionamentos sejam esclarecidos. De acordo com a denúncia, a construtora Delta, no foco do esquema comandado pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira, teria pago R$ 500 mil de propina ao governador para que ele liberasse R$ 9 milhões em faturas atrasadas da empreiteira. Segundo relatório da Polícia Federal, logo depois de Perillo receber o dinheiro, o governo de Goiás pagou a dívida. A transação foi camuflada por meio da venda da casa onde ele morava. O imóvel foi comprado por Cachoeira e pago com recursos de empresas fantasmas abastecidas pela Delta.
O requerimento de reconvocação de Marconi Perillo deverá ser apresentado hoje pelos senadores Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e Pedro Taques (PDT-MT). Ontem à noite, um jantar com alguns integrantes da CPI do Cachoeira definiu a estratégia a ser adotada. Mais cedo, Randolfe disse que não havia a menor possibilidade de não apresentar o requerimento. "Além disso, vou conversar com o relator da comissão, deputado Odair Cunha (PT-MG), para que uma sessão extraordinária ocorra com o objetivo de votarmos o novo pedido de convocação." A hipótese de realizar uma sessão hoje, último dia antes do recesso, foi descartada pelo presidente da CPI do Cachoeira, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB). Ontem, o parlamentar estava na Paraíba e só retorna hoje a Brasília.
O senador Pedro Taques reforçou a necessidade da nova convocação. "Vamos tentar fazer um requerimento em conjunto. Eu entendo que os fatos trazidos durante o fim de semana merecem esclarecimentos. Estou preocupado em analisar esses fatos. Somos um grupo de parlamentares e estamos debatendo como isso será feito", afirmou.

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