DRAMA DA SECA AGRAVA A CRISE NO INTERIOR EM 2013


Seriguela

                                                                      Abacaxi
                                         

A falta de chuva no nordeste vem agravando a crise econômica no interior alagoano, com grandes prejuízos para a agricultura, comércio, pecuária e praticamente todo o empresariado regional. O sol escaldante dizimou as lavouras da época, principalmente mandioca e macaxeira, além do capim, palma forrageira e toda vegetação que contribuía para a alimentação do gado bovino.
Também as frutas colhidas no verão foram substancialmente afetadas pela aridez do clima. Abacaxi, caju, seriguela, laranja, carambola,limão,acerola,graviola,jabuticaba e outras, abundantes no verão, em épocas normais, tiveram queda de pelo menos 60% na produção, de acordo com informações colhidas na zona rural. A preocupação do comércio e indústria é sobre as dificuldades em 2013.

Os agricultores que mantinham plantios de palma forrageira, mandioca e macaxeira para garantir a alimentação do gado, estão em polvorosa, sem saber como fazer para evitar a exterminação dos rebanhos, por causa da seca, inclusive porque o calor que chega a superar os 40 graus centígrados, queimou quase todas as plantações, nos municípios do semiárido regional.

Criadores de gado de outros Estados tentam comprar palma e mandioca a preços de três mil reais por um caminhão de palma e seiscentos reais por uma tonelada de mandioca. Esses valores assustam os agricultores, porque as cotações do mercado atuais são inéditas e levam os ruralistas a uma situação dramática, porque pensam negociar suas produções, mas ao mesmo tempo não dispõem de mercadorias em quantidade suficiente para comercialização, devido à perda com a estiagem.

A produção de abacaxi na região de Arapiraca foi menor 50% em relação aos anos anteriores e quase toda a safra colhida está sendo negociada com empresas de sucos de fruta de São Paulo. Os preços dos produtos vendidos aos paulistas não foram revelados, mas "os acertos foram compensadores e superam os valores das vendas realizadas na região", afirmou o agricultor Antonio Cordeiro. A parte da safra vendida em Arapiraca e região é pequena e os frutos são de menor qualidade, pois os melhores vão para a produção de suco no sudeste.

                                   
SITUAÇÃO GRAVÍSSIMA



Em outra parte, os comerciantes estabelecidos na cidade e região de Arapiraca, juntamente com industriais da área, ainda não sabem o que vai acontecer na economia no ano que se aproxima e consideram que se encontram em situação delicada.

Lavoura em Arapiraca
Entendam como funciona a economia arapiraquense: a chamada capital do agreste de Alagoas (220 mil habitantes, 135 Km distante de Maceió) depende quase exclusivamente dos municípios da região (cerca de 18 cidades) para sobreviver e superar seus problemas, que são inúmeros. Com o agravamento da atual seca, a mais violenta dos últimos 45 anos, todo o aglomerado populacional foi atingido. Os pequenos e médios proprietários agrícolas e criadores deixaram de produzir ou diminuíram 50% das suas safras, com a falta de chuva. Então, sem lavoura e gado, sem dinheiro para comprar, pequenos e médios criadores e agricultores cruzaram os braços e dependem quase 100% da ajuda dos governos estadual e federal para sobreviver. A lavoura quase toda exterminada pelo calor do sol, gado bovino sem produzir leite e fora das condições de abate para comercialização de carne, criaram um quadro desanimador para a economia, que pode se complicar mais ainda no ano que está para começar.
O comerciante Sebastião Nascimento, que também se mantém como pequeno criador de gado, informou a este blog, com exclusividade, que "2013 surge como uma ameaça de profundas consequências para a agricultura, pecuária, comércio e indústria da região, em razão da seca violenta do atual momento e que ninguém se iluda porque a situação é gravíssima e muita gente do negócio, comércio, agricultura e criação de rebanhos vai sofrer sérias dificuldades", afirmou.

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