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Flor do Mandacaru (Cereus jamacaru), planta típica da Caatinga |
Único bioma exclusivamente brasileiro, a caatinga vê sua riqueza ambiental dilapidada pelo uso predatório dos recursos naturais. O alerta foi feito por um especialista que há 15 anos estuda este ecossistema, às vésperas do Dia Nacional da Caatinga, comemorado neste domingo (28).
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Sertão pernambucano |
Segundo dados oficiais, a caatinga se estende por 9 estados do nordeste brasileiro (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí e Sergipe) até o norte de Minas Gerais (sudeste). Ocupa 844.453 quilômetros quadrados, área superior aos territórios de França, Reino Unido e Suíça somados. O bioma abriga 932 espécies de plantas, 178 de mamíferos, 591 de aves, 177 de répteis, 79 de anfíbios e 241 de peixes. Segundo Tabarelli, algumas espécies foram extintas, como a ararinha-azul ('Cyanopsitta spixii'), e outras estão ameaçadas, como o tatu-bola ('Tolypeutes tricinctos').
Na região vivem 27 milhões de pessoas e a grande maioria sobrevive de agropecuária de subsistência. Feijão e milho são os principais cultivos e na criação de animais predomina o rebanho caprino. Uso inadequado do solo, consumo de lenha nativa em residências e indústrias e desmatamento para dar lugar à agropecuária são as principais agressões à caatinga.
No Dia Nacional da Caatinga, celebrado este domingo, Tabarelli acredita ser possível salvar o bioma. "Já se sabe como produzir de forma sustentável na caatinga, mas esta informação precisa chegar ao produtor. É preciso investir em educação, em transferência tecnológica. O problema não é o gargalo tecnológico, mas a vontade política", concluiu.
![](http://www.acaatinga.org.br/wp-content/uploads/2011/08/mapa-2.jpg)
Agence France-Presse
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