A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta
terça-feira, por unanimidade, a redução da quantidade de iodo que deve
ser adicionada ao sal. A proposta aprovada reduz a faixa de adição para 15 a 45 miligramas
de iodo para cada quilo de sal. A relação até agora aplicada é de 20
miligramas a 60 miligramas por quilo. Com isso, o país passa a se
ajustar aos parâmetros da Organização Mundial da Saúde (OMS).
A medida, discutida desde 2011, foi adotada em razão da mudança de
hábito alimentar do brasileiro que, ao longo dos últimos anos, passou a
consumir maior quantidade do tempero e, por tabela, também de iodo.
Pesquisa feita pela OMS mostra que o brasileiro é um dos maiores
consumidores mundiais de iodo.
— Em excesso, ele pode provocar problemas para a saúde — afirmou o diretor da Anvisa, José Agenor Álvares da Silva.
Entre os problemas relacionados ao excesso de iodo estão a tireoidite
de Hashimoto, doença autoimune que leva o organismo a atacar a
tireoide. O paciente com o problema apresenta cansaço, sonolência e
aumento de peso. Pela estimativa do governo, o brasileiro consome, em média, 8,2
gramas de sal diariamente, mas o consumo total pode chegar a 12 gramas
quando levado em consideração alimentos processados e consumidos fora de
casa. A OMS recomenda que, para esse padrão de consumo, a faixa de
iodação fique entre 20 a 40 miligramas para cada quilo de sal.
Segundo a Anvisa, o processo de iodação do sal é uma medida adotada
em todo o mundo com o objetivo de prevenir distúrbios por deficiência de
iodo (DDI), que incluem retardo mental grave e irreversível e
surdo-mudez em crianças, anomalias congênitas e bócio.
De acordo com a gerente geral de alimentos da Anvisa, Denise Rezende,
cerca de 93% das marcas avaliadas pela agência cumprem a nova norma.
Para José Agenor Álvares da Silva, relator do processo, a medida não vai
ter impacto no sistema produtivo.
A resolução passa a valer 90 dias depois da sua publicação no Diário Oficial da União.
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