BALÉ NACIONAL DA RÚSSIA FAZ TURNÊ POR 22 CIDADES BRASILEIRAS

Balé Nacional da Rússia estará com 34 bailarinos

Conta-se que o lendário coreógrafo George Balanchine (1904 – 1983) teria brincado, certa vez, sobre a receita de sucesso de um balé:

– Deveríamos chamar todos de O Lago dos Cisnes. As pessoas certamente viriam.

O Balé Nacional da Rússia não precisará lançar mão do estratagema ironizado por Balanchine: a prestigiada companhia desembarcou em Porto Alegre para uma sessão do próprio Lago dos Cisnes na última sexta (7/6), às 21h, no Teatro do Bourbon Country. A sessão faz parte da turnê nacional do conjunto, que, ao final da viagem, terá passado por 22 cidades em 45 dias.

O balé será apresentado na íntegra, com duração de duas horas e meia (com intervalo), na célebre coreografia de Marius Petipa (primeiro e terceiro atos) e Lev Ivanov (segundo e quarto atos) estreada em 1895. A primeira versão, criada por Julius Reisinger para o Teatro Bolshoi, em 1877, havia sido um fracasso. A música é de Tchaikovsky (1840 – 1893), que também compôs os balés O Quebra-Nozes e A Bela Adormecida.

O Lago dos Cisnes é um clássico. É um dos nossos espetáculos mais aplaudidos – afirma, em entrevista por telefone, Victor Daviydov, assistente artístico da companhia.

Trata-se da história do príncipe Siegfried, que tem de escolher uma pretendente, mas não se interessa por nenhuma das moças que lhe são apresentadas. Tem olhos apenas para Odette, que foi transformada em cisne branco pelo bruxo Rothbart. Em um baile, no entanto, o príncipe conhece Odile, filha de Rothbart, por quem se apaixona: ela é a contraparte de Odette, o cisne negro. Logo, Siegfried descobre que caiu em uma armadilha do bruxo.

Também tem história o Balé Nacional da Rússia. Com 32 anos, é uma companhia estatal que sobreviveu à dissolução do bloco soviético.

– No começo, foi tudo muito chocante para nós – observa Daviydov. – Depois, ficou mais fácil, porque o Ministério de Cultura teve mais autonomia, e o governo identificou a cultura como prioridade para a divulgação da Rússia no mundo. O balé está para o país assim como o futebol está para o Brasil. É a palavra maior da cultura russa.

Com direção de Vyacheslav Gordeev, a companhia reúne talentos formados nos principais grupos, como o Kirov, o Bolshoi e o Stanislavski. Estarão em Porto Alegre 34 bailarinos, que viajam com nada menos do que 2,2 toneladas de equipamentos, entre cenários e figurinos. Os solistas do espetáculo serão Andrey Avdokimov e Maia Ivanova.

O Balé Nacional da Rússia deve voltar anualmente ao país. Em 2014, planeja realizar uma turnê ainda maior, com A Bela Adormecida e outra coreografia ainda não definida. Um novo Lago dos Cisnes no Brasil, no entanto, será apenas daqui a sete anos, avisa Daviydov.

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