NEM CAPITAL DO FUMO, NEM 'FUMEIRÃO'. APENAS ARAPIRACA‏!

 
 Movido pelo bairrismo mais frequente no interior brasileiro e bem caracterizado em Alagoas, Arapiraca se consagrou como polo econômico incrementado pela  monocultura do fumo. No período da euforia dos  bons negócios da agricultura, o município alcançou seu auge até por volta de 1980, tendo iniciado sua arrancada rumo ao futuro no mercado capitalista na década de 1930. Durante meio século ou pouco mais que isso, o município realmente impôs ao Estado e à região nordeste um avanço inquestionável em termos econômicos, sociais, políticos e educacionais.
O progresso foi conquistado por sua população,com reforço de investidores na economia local, vindos de partes do país. A agricultura  se projetou no Brasil e exterior. através do fumo em folha, utilizado na produção de charutos e do produto em corda, consumido in natura em forma de cigarro. Era um cigarro grosso, rude, forte e fedorento, sem dúvida, mas obteve grande aceitação no Brasil rural, de norte a sul.
Com toda a sua pujança, Arapiraca foi se impondo aos poucos, no país, sem com isso criar clima de competitividade entre as municipalidades. E devagar, com ritmo de quem não quer, querendo, foi modificando seus hábitos, se modernizando nas comunicações, na economia, com implantação projetos ambiciosos na educação e cultura, procurando melhorar a saúde do seu povo, avançar no campo, introduzindo nova sistemática urbanística e concretizando uma infraestrutura atualizada de acordo com as exigências do país. E assim conseguiu chegar aos dias atuais, abandonando os plágios antigos de capital brasileira do fumo, estádio "Fumeirão", metrópole de Manoel André, etc.
De uma forma ou de outra, o  título de capital do fumo, imposto por entusiasmados comunicadores locais e representantes de grupos sociais da cidade nunca suou bem, porque antes de Arapiraca se destacar na agricultura do fumo os estados da Bahia, Rio Grande do Sul e Santa Catarina já mantinham um ritmo de produção economicamente superior e de maior tradicionalidade.
Como o bairrismo tomou conta também do futebol, o primeiro e único estádio da cidade, o Coaracy da Mata Fonseca, chegou a ser "Poeirão", antes do gramado, depois "Fumeirão", com o gramado e reorganização do ASA, pelo falecido esportistas Paulo Tenório Fereira e alguns amigos.
Assim sendo, pelo sim e pelo não, com a extinção da cultura do fumo, por força da modernização, Arapiraca perdeu a mania de capital do fumo, pois se não tem na fumicultura mais a sua força, logo não é mais detentora do título, como também a sua principal praça de esportes não tem nada a ver com o famigerado produto que só fez causar mortes e desgostos para milhares de famílias, com seu uso. Então, para os profissionais de emissoras de rádio e TV que aqui aportam para divulgar o nosso futebol, usando os superados slogans no estádio e da cidade, é bom que saibam: "Fumeirão", não! O estádio é o Coaracy da Mata Fonseca e Arapiraca não é mais a "capital brasileira do fumo". É simplesmente Arapiraca. O segundo maior município de Alagoas. Fumo, já era há quarenta anos! 

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