Para o meu falecido amigo, Osvaldo
Oliveira, plantador de fumo, dono de uma boa economia, suficiente para
sobreviver tranquilo com a família, embora sem ser considerado rico, como dizia, dinheiro não teria sido nenhum problema para ele, se tivesse tido
a sorte de ganhar uma gorda bolada da Mega-Sena. Como jamais
ganhou, porque também jamais jogou, morreu tranquilo, no mais completo
sossego divino, com a consciência limpa, certo de que cumpriu seu dever
de bom pai, bom amigo e ótimo cidadão. Não vamos aqui afirmar que ele
foi bom porque morreu. De forma alguma. Podia ter preocupações com
outras coisas, menos com dinheiro.
"Pra que peste eu quero mais dinheiro. Tenho o suficiente em casa.
Meus filhos estão todos formados, ganhando muito bem, depois de terem
feito concursos sem nunca precisar dos pestes dos políticos". Agora, como
reafirmava, "Eu poderia aplicar bem uma dinheirada da Mega-Sena,
gastando com as meninas (de programa, dizia rindo!). Já que 'não faço'
mais nada, a todas pagaria bem por uma grande fantasia sexual",
contava. Aí repetia que conversava com médicos amigos sobre transplante
de sexo. Mais sempre sabia que era impossível transplantar o órgão
masculino, revelando o caso de um fazendeiro, de lugar e nome não divulgados, que se dispôs a se submeter a um transplante de órgão
sexual.
Aí o tempo passou e nada. Voltando ao médico, recebeu a
notícia de que o órgão não funcionou porque o que ele usou era velho,
que pertenceu ao vizinho dele... O transplante deu em nada!
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