GREVE DOS BANCOS MEXE COM A PACIÊNCIA DO POVO




Bancos fechados na semana da eleição, povo impaciente com a inflação, dinheiro curto no bolso, crise, reclamações, cidade inchada de gente que se aperta nas ruas de trânsito congestionado, violência, saúde precária, atendimento inadequado na assistência médica, muitos problemas a resolver, promessas políticas insolúveis, autoridade ausente na  hora das necessidades, fome batendo à porta, concorrendo com a miséria que não sai da memória de cada um, de domingo a domingo, de inverno a verão, do nascer ao pôr do sol. É assim a vida do povo comum nos dias de hoje. seja na capital ou interior, nas favelas ou no campo, no asfalto ou no lixão. A  vida do pobre não muda. É o mesmo sofrimento de todos os dias, de toda hora. de minuto a minuto. Gente pobre ou de classe média leva os mesmos empurrões nas filas dos bancos, ao receber seus míseros salários da aposentadoria ou do trabalho sofrido de todo mês. Com as mãos calejadas, de rosto suado. de roupa surrada no corpo, o pobre se sufoca nas filas, sob os olhares selvagens da marginalidade, que espera o momento para atacar suas vítimas, na "saidinha de banco".
Os bancos fechados, nos dias atuais, em época pré-eleitoral, é um desafio para a população que não deixa de recordar que até bem pouco tempo não havia greve em períodos que antecediam às batalhas das urnas. Os candidatos e lideranças políticas desviavam suas atenções para o povo, fazendo valer o método de assistencialismo como solução para a conquista do voto, sem deixar escangalhar a corrupção no relacionamento com sua gente.

Aqui em Arapiraca, como em Maceió, a capital do estado e outros recantos do solo nacional, a população não se acostumava com as greves, talvez porque classificasse o movimento paredista como coisa do progresso, excepcionalmente ligado ao operariado ou porque desconhecia os históricos das lutas trabalhistas. Os alagoanos, entretanto, como todos os brasileiros, de modo geral, estranham, mas aos poucos se adaptam aos sopapos oriundos das mudanças inoportunas.
Na greve do momento, iniciada terça-feira (30), os bancários lutam por reajustes salariais de 12%, os patrões oferecem 7%. Nas agências de Arapiraca, dos bancos oficiais (Banco do Brasil, Nordeste e Caixa Econômica), alguns poucos funcionários estão trabalhando no atendimento automático, mas nos privados a paralisação é de 100%, conforme informações do Sindicato dos Bancários. De um modo ou de outro, a greve  mexe com a paciência da população, que se acha prejudicada nas transações comerciais, bem como na hora de sacar, pagar contas ou depositar suas economias.

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