PRESIDENTE DA FEDERAÇÃO DO COMÉRCIO DIZ QUE É PRECISO ENCARAR A CRISE

WILTON MALTA DE ALMEIDA, arapiraquense e presidente da Fecomércio/AL, fala com exclusividade a este blog sobre negócios e estratégias  nesse importante ramo de atividades no Estado.
                    
1 - O que o empresariado alagoano deve fazer para inspirar novos empreendedores diante do atual momento critico da política e economia do país?

Wilton Malta
WM: Lembrar que essa não é a primeira crise. É preciso entender que as pessoas não vão deixar de consumir. Podem diminuir o consumo, mas não deixam de consumir. O momento exige serenidade e habilidade. Negociar com fornecedores para conseguir preços atrativos e repassar aos consumidores, facilitar as condições de pagamentos, lançar estratégias de fidelização, apostar em capacitações são posturas que podem auxiliar a se manter no mercado e trazer novos empreendedores aos setores produtivos. 

2 - Em que o comerciante deve focar: nos problemas ou nas oportunidades?

WM: Nas oportunidades. Se as mesmas não surgiram espontaneamente, é necessário buscar meio para criá-las.

3 -  O proprietário de uma franquia tem mais facilidade para administrar o negócio?

WM: Todo e qualquer negócio exige a dedicação e a presença do proprietário. Quem se dispõe a ser empresário precisa ter conhecimento da sua área, entender da área fiscal e contábil, estar atento às novidades do mercado, aos anseios dos consumidores e gostar, acima de tudo, de negociar. 

4 - Como os comerciantes de Alagoas devem agir para fugir das armadilhas da atual crise econômica que atinge o país?

WM: Procurar sempre ter cautela e não se deixar desanimar. Nas crises também é possível ser criativo e habilidoso e extrair experiências que contribuam para o futuro dos negócios.          

5 - O empresário Eugênio Mattar, da Localiza, afirma que "Você vai crescendo, de acordo com o tamanho do seu sonho e da sua competência". Você concorda?

WM: Em parte. A conjuntura econômica influencia sobremaneira na tendência do mercado. Um investimento equivocado pode gerar a ruína de um negócio. Do meu ponto de vista, essa afirmação depende muito da área de atuação. Há questões que fogem completamente do controle, a exemplo de uma crise internacional que sai arrastado consequências em um efeito dominó.  

6 - O comerciante inteligente e precavido acha que precisa ser ousado, mas com pé no chão para crescer. Qual a sua visão nesse sentido?

WM: A ousadia é muito bem vinda munida de conhecimento. Para todo negócio existe uma margem de risco. No entanto, as ações devem ser ponderadas e analisadas para evitar riscos desnecessários. 

7 - O empresário do interior nordestino sofre mais com as pressões fiscais e as crises que aqueles que trabalham nas capitais?

WM: O Brasil é o país que mais cobra impostos. O empresário é penalizado em toda e qualquer esfera. No caso de Alagoas, não é diferente, independe de ser na capital ou no interior. A carga tributária é massacrante e pode ser conferida ao desmembrar o valor de um determinado produto. Esse prejuízo chega ao consumidor, já que o comércio poderia praticar um menor preço e não o faz diante da excessiva carga tributária. 

8 - Em tempos de crises, o que funciona mais para impulsionar as atividades comerciais: criar gestão de aproximação com o cliente, enumerar os aspectos positivos do seu comércio, conhecer o seu público-alvo ou estabelecer planos estratégicos para o futuro?

WM: Primeiro é concentrar esforços e manter a estrutura que se dispõe. Além disso, tentar evitar demissões porque o setor tem uma contribuição social grande. No caso do comércio, é o setor que mais gera empregos em Alagoas.

9 – Se um vendedor da sua loja tratar mal um cliente, qual a providência a ser tomada?

WM: O ideal é treinar os colaboradores e fazer uma seleção rigorosa a fim de evitar surpresas desagradáveis. Os clientes estão mais exigentes e o comerciário precisa acompanhar esse grau de exigência.

10 - Os pequenos furtos causam grandes prejuízos aos lojistas. Quais as medidas mais eficazes que devem ser aplicadas para coibir esse tipo de violência?

WM: Boa parte dos empresários já adotam os procedimentos que estão dentro do seu alcance, a exemplo de sistema de monitoramento, segurança particular, mas sem dúvida a ação mais eficaz é a presença da polícia nas ruas. Numa discussão mais profunda, o investimento em Educação e políticas públicas.

11 - Quais os aspectos mais importantes do trabalho da Fecomércio em apoio aos seus filiados da capital e interior de Alagoas?

WM: A Fecomércio defende os interesses dos empresários do comércio de bens, serviços e turismo em âmbito estadual em pautas que envolvem as questões ligadas à economia e à política. A participação do empresário é fundamental para apontar as dificuldades e, assim, a entidade buscar meios para atender os anseios do setor. Daí a importância de resgatar essa unidade e despertar o interesse do empresário em tomar conhecimento e participar de assuntos que poderão interferir no seu cotidiano. 



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