Dr.Kersten, O Médico de Himmler - O Homem das Mãos Milagrosas (O2)

Heinrich Himmler
"Esse fantástico relato é a história, absolutamente autêntica, do Dr. Kersten, contado por um repórter de extraordinária visão através do mundo, Joseph Kessel. O Congresso Mundial Judaico atribui a esse médico extremamente simpático, gordo, bondoso e inteligente, a salvação de 60.000 judeus da morte certa. É incalculável o número de holandeses, poloneses, finlandeses, noruegueses e outras vítimas que salvou".
Himmler sofria dores de estômago de uma intensidade paralisante.Por esse motivo, antes da guerra, seu amigo Dr.Diehm, dirigente do sindicato alemão de potássio, havia lhe dado conselho no sentido de que consultasse seu médico pessoal, o Dr. Kersten, que era para ele o "Buda mágico  que tudo cura mediante massagem". Não resta dúvida alguma sobre o fato de que Kersten curou Himmler de suas dores de estômago. Encontrou-se com este último quando de volta de uma viagem à Holanda onde seu mais conhecido paciente era o príncipe consorte, Hendrik. Em 1940, no entanto, após a conquista da Holanda, foi detido como prisioneiro e tornou-se médico da  corte de Himmler. Em 1943, Hemmler dependia absolutamente dele de tal forma que era  obrigado a pagar ao Dr.Kersten um preço muito mais lato do que jamais a alguém pagara. Permitiu-lhe uma prolongada ausência na Suécia, onde Kersten mandava construir uma pequena casa já prevendo o fracasso alemão.Himmler deveu aceitar, pouco a pouco, formas ainda mais significativas de submissão. O oficial da inteligência inglesa, Trevor-Hoper, em seu prefácio,no livro de Kessel (Hoper é autor do livro "Os Últimos Dias de Hitler",como eu disse no início), acrescentou que ficou sabendo durante os intrrogatórios de Schellenberg,chefe da espionagem,como Himmler tinha consentido em que fossem poupados sete homens de negócios suecos,condenados à morte por espionagem em Varsóvia,como autorizara os Bibelforscher,os Tesmunhas de Jeovás alemães, aprisionados por terem se recusado a prestar o serviço militar, por questões de consciência,a deixar o  campo de concentração, como o insigne perseguidor,o exterminado de judeus  chegara até mesmo a receber um delegado da Organização Judaica Mundial e deixado abertas as portas da liberdade aos últimos sobreviventes desse povo. E todas essas concessões tinham sido persistentemente arrancadas de Himmler pelo mesmo meio, graças a Felix Kesten. Exatamente como o secretário de Schellenberg ouviu uma vez Himmler dizer: "O Dr. Kersten arranca-me uma vida em cada uma de suas massagens". No mesmo ano em que Schellenberg, como lugar-tenente de Himmler, foi julgado  e  condenado na Alemanha vencida,após a guerra, as vítimas de Himmler, que deviam suas vidas a Kersten, falavam por ele, e falavam muito alto, na Holanda libertada.Já ao final de 1953, foi concedida ao Dr. Kerstn a nacionalidade sueca,que vinha sendo solicitada por ele.Em 1956, num Livro Branco Oficial,do Ministério do Exterior da Suécia, ficou reconhecido que a passagem de uma expedição de socorro, em 1945, tinha sido preparada pela indispensável atividade secreta, na Alemanha,na corte de Himmler, por Felix Kersten. "Esta foi a vida pública de Kersten (em resumo), tal como eu a conheci, mediante meu trabalho secreto durante a guerra e depois pelas minhas pesquisas históricas em tempo de paz.Ela dá-lhe o direito a um pequeno lugar na história da guerra,um pequeno  nicho no templo da glória e eu me sinto feliz  ao juntar o peso de  minha autoridade à sustentação de uma verdade amiúde discutida. Hoje, se bem que radicado em Estocolmo, tem sempre na Alemanha,na Suécia, na Holanda e na França,os poderosos desse mundo por seus pacientes". Este foi o discurso do oficial do serviço secreto da Inglaterra, H.R. Trevor-Hoper, Titular  da Cadeira de História Moderna da Universidade de Oxford, ao sinalizar veementemente a sua defesa em pró do Dr.Kersten, que teve o voto favorável das forças aliadas (França,Inglaterra, Estados Unidos, Russia) na guerra,contra um movimento liderado por nazistas tentando desqualificar o trabalho do médico ao final das operações bélicas.O Dr. Kersten faleceu em em 16 de abril de 1960, de
um ataque cardíaco (nota do tradutor). Nos próximos dias vamos continuar a história do Dr. Kersten, descrita pelo jornalista francês, Joseph Kessel, em que ele narra  os
perigos, sofrimentos, ameaças e os pavorosos momentos da guerra que o médico foi obrigado a  enfrentar, já que o seu trabalho era exercido não só por ser um profissional, como também pelo fato de ter sido também prisioneiro das forças nazistas.
                

Joseph Kessel
(Da Academia Francesa)
Editora Flamboyant

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